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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

OS MONÓLOGOS


Cat2007

03.11.21

Noche de monólogos – Ayto. de Santomera

 

Considero que é uma vergonha “alugar” as pessoas sem contrapartidas. Há muita gente que só sabe monologar. Contam, contam e contam. Tudo. Como se tudo fosse muito interessante. Quando o que interessa dá sempre vontade de rir aqui e ali, como sabemos.

Falam com pressa. Para caber tudo no tempo. Dizem com ansiedade. Para não abrirem oportunidades ao outro de falar. Contam coisas, as quais imaginam que lhes fica bem contar, parecendo que querem tirar uma boa selfie. Mas, na verdade, só abrem a boca para soltar os pulmões. Imagino que é para ver,  em primeira linha, se o cérebro desanuvia. E, no fim, respiram fundo, olham o relógio e usam ainda outra fórmula habitual  para se virararem de costas. Assim como quem acabou de ter uma experiência sexual emocionalmente deplorável.

No outro dia contava uma peripécia. Uma coisa nada curial que me aconteceu. Estava a falar com uma amiga que não via há já algum tempo. E tinha tantos detalhes para apontar, que nunca mais me calava. Ao ponto de ir ficando farta de me ouvir. É verdade. Quando me alongo farto-me de mim. E, por isso, começo a apressar. Falo mais rápido. A ver se encurto a coisa. O que, evidentemente, me torna ainda mais cansativa. Ora, assim sendo, ainda mais farta de mim me quedo. De maneira que até me sobe um bocadinho a ansiedade.

Ela não é muito alta. A minha amiga. Mas, a dada altura, começou a parecer-me mais pequena. E eu continuava a  falar. Porque, no meu entendimento, a minha estória valia mesmo a pena. E tinha tantas explicações para dar. Nunca deixei de a olhar nos olhos. Também para ver se detetava algum sinal de desespero. Mas não. Estava interessada. E menos cansada do que eu. Tanto que até fazia perguntas. Para se inteirar devidamente do problema. Porque é uma pessoa atenta e generosa. Foi, portanto, um alívio quando, por fim, pude calar-me comigo e perguntar-lhe de coração aberto: “E tu, como estás?”. Ela disse. Ouvi tudo com imensa atenção. Estava-lhe tão grata!

 

AS MINHA MÚSICAS


Cat2007

18.10.21

Instrumentos musicais - SABRA - Sociedade Artística Brasileira

 

Hoje, a esta hora, já estou um bocadinho cansada da cabeça. Estive de auscultadores postos a fazer uma visita aos meus ficheiros de música. Apaguei algumas. Introduzi outras. E reordenei a ordem de reprodução. Tanto no telefone como na pequenina pen que costumo usar no carro. Foi uma trabalheira porque são mais de mil. Músicas. E a maior parte bate com o meu gosto de um modo certeiro. É de tudo: jazz, pop, clássica, fado, tango, etc. Tudo dentro do maior bom gosto. De acordo com os meus próprios parâmetros. Bem entendido.

Não obstante, tenho gravados vários guilty pleasures. Soit-disant, pirosices. As quais, por razões óbvias, não ousaria aqui identificar. Bem, talvez só uma: por el amor de una mujer, cantada pelos Gipsy Kings. Também, estão para ali registados diversos exemplos de música francesa, tipo Charles Aznavour, e italiana, género Mambo Italiano, do tempo dos meus pais. Porque, precisamente, faz-me lembrar os meus pais. E isso, quanto a mim, é bom.

Tudo visto, o que importa é que acredito na seguinte máxima: diz-me que música ouves e dir-te-ei quem és. Ora, a minha extensa playlist, como se verifica, não contém só a música de que gosto sinceramente pela música em si. Não. Há coisas que apenas me remetem para espaços, acontecimentos e pessoas, sendo essa a respetiva utilidade. E é por esta razão que outra pessoa qualquer, uma pessoa que não seja de casa ou do carro, poderá fazer um juízo errado de mim. Logo de mim… Eu que sou aquele género de pessoa que “não está aqui para enganar ninguém”.

 

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