AZUL - Cap LXV
Cat2007
17.10.16
Teresa falou-lhe sobre a boca.
Teresa: Céus, que saudades!
E esmagou a boca de novo na boca dela. Agora apertava-a pelo tronco, escoriando-lhe as costas com as unhas. Madalena meteu uma mão entre as pernas dela. Sentiu o calor. Apertou para a incender de vez. Teresa soltou um pequeno gemido.
Madalena: Eu não te sirvo para mais nada senão para isto.
Teresa: E achas pouco, querida?
A saliva molhava os cabelos misturados nas faces e dentro das bocas. Teresa puxava-lhe a roupa. Até que a tomou pelos seios já desnudos com as duas mãos trémulas. Apertou-a. Madalena fez pender a cabeça para trás. E colocou as mãos sobre os ombros dela. Pressionou para baixo. Teresa parou a boca nas extremidades mais sensíveis. Beijou-as demoradamente, uma de cada vez. Madalena enfileirou os dedos pelas ondas leves dos cabelos de seda de Teresa. Puxou-os para trás. Para ver a boca dela. Que ainda não descansara. Teresa fez subir os olhos. E prendeu-a no seu olhar azul cintilante como o de um bêbado. Sem lhe largar os olhos, soltou a boca devagar e subiu-a a compasso até à boca dela. Beijaram-se com os olhos abertos. Presos entre si. As mãos acariciavam as faces em gestos mútuos.
Madalena: Que desejo horrível!
Baixou as duas mãos e desapertou-lhe os jeans com pressa. Deu uma sacadela para baixo. Meteu lá a mão toda. Ficou alagada. Fez escorregar os dedos por ali. Depois entrou facilmente. Teresa soltou um suspiro fundo. E prendeu-lhe mais a boca.
Teresa: Vem, querida. Vamos para o quarto.
Deu-lhe a mão para a conduzir. Iam ambas cegas. Mas Teresa tinha melhor poder de orientação porque conhecia a casa.
Madalena: O teu quarto não era este.
Teresa: Pois não. Este era o da minha mãe.
Madalena: Que pecado.
Teresa: Não sejas cínica. Vem cá.
Teresa despiu-a cheia de vagares e cuidados. Abriu a cama e mandou-a deitar-se lá. Ficou a olhar para ela. Lembrou-se das noites de solidão naquela cama. Ainda ontem. Nem bem acreditava que ela estava ali agora assim naqueles propósitos. Afastou-se dela pelo tempo necessário para ligar o som. Estava lá colocada a sua pen favorita. Voltou e despiu-se toda. A música começou no momento em que Teresa encostou o seu corpo ao dela e se abraçaram muito. Voltaram ao beijo. Que era o mesmo desde que se tinham começado a beijar. Os corpos colaram a pele na totalidade por uma imposição. Por vezes, tomavam atenção ao som. Feels just so fine/When we touch the sky me and you/This is my idea of heaven/Why can't it always be so good? Teresa subiu para cima dela e deixou-se ficar muito quieta. Depois, prendeu-lhe os braços por cima da cabeça. Mordeu-lhe os lábios. Com a mão livre acariciou-lhe a ilharga. Até que chegou lá. Fez deslizar dois dedos para dentro dela. E sacudiu-a com força. De olhos cerrados, Madalena ia-se desfazendo a cada investida. Libertava sonoridades. E nos cantos dos olhos espalhavam-se pequenas lágrimas desfeitas. Teresa libertou-a momentaneamente. Beijou-lhe de novo a boca com fúria. Madalena deu-lhe o abraço mais apertado que tinha. Teresa puxou-lhe a língua. Madalena agarrou-se aos cabelos dela para não cair. Teresa desceu a cara até ao ventre. Beijou-a ali. Depois desceu vagarosamente. E foi lá. Madalena partia-se em arroubos. Até que se deu a explosão violenta.
Madalena: Amas-me?
Teresa: Ainda não. Quero-te para já.
Madalena: Ai! não te amo, não; e só te quero/De um querer bruto e fero/Que o sangue me devora,/Não chega ao coração.
Riu-se.
Madalena: Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela./Quem ama a aziaga estrela/Que lhe luz na má hora/Da sua perdição?
Continuou a rir-se
Madalena: E infame sou, porque te quero; e tanto/Que de mim tenho espanto, /De ti medo e terror... /Mas amar!... não te amo, não.
Teresa: Como sabemos Garrett era um Romântico.
Madalena: Sim. Só estava em negação. Quer dizer que me amas?
Teresa: Eu quero dizer que te amo. E tu?
Madalena: Desde que sei de mim.