LEMBREI-ME DO AMOR
Tita
19.10.16
Agora decidi romper um bocadinho o lençol do tempo e vir até aqui.
Lembrei-me do amor. Não para dar a respetiva definição camoniana, que não responde à questão, mas para refletir um bocadinho sobre o assunto.
Estou a pensar naqueles casos de amor em que as pessoas discutem in a daily base. Casos em que as pessoas se amam mas não se entendem de facto. E, por causa disso, não se decidem a ficar juntas para além do tempo que leva a consumir o desejo. Tudo isto porque, um dia, alguém já se magoou muitíssimo.
Estou a escrever sobre um amor assim.
Por várias vezes me passou pela ideia de acabar com o dito amor. Não avançar com a relação. Deixar estar como está até morrer exaurida pelo sexo praticado numa base constante. Porque é isto que tem lógica.
No entanto, de outras vezes tenho pena que se triturem sonhos. Ainda que nascidos no passado. E é por isso que estou tentada a meter-me na árdua tarefa de descobrir argumentos que sustentem de forma credível a possibilidade de um amor assim vingar. Mas não sei se vou ter sucesso. Porque não estou convencida.