O PAPÃO
Tita
31.08.16
Já vi muita gente, inclusivamente na televisão, a dizer que alguém “é um positivista”. O que nunca se percebe é se estão a falar do positivismo lógico, do positivismo jurídico ou do positivismo filosófico. E não se percebe porque, na verdade, o que querem dizer é que uma determinada pessoa é positiva.
Isto irrita-me porque penso que haverá sempre a possibilidade de, um dia me chamarem positivista por ser positiva. Logo a mim, que sou da metafisica e de alguma fé. Embora acredite também firmemente na prova dos factos pela ciência, sendo, deste modo, também positivista. De facto, sou também mas não sou de todo ou totalmente. Porque, sublinho, acredito em fenómenos não comprováveis.
Por exemplo, creio firmemente no “papão”. Este é uma senhora com um xaile e um saco de plástico preto na cabeça e que urra. Vi-a uma vez a descer umas escadas quando era pequena. Apareceu porque eu, alegadamente, não me estava a portar bem. Fiquei aterrada. E alterei o meu comportamento em muitas coisas, é verdade. Talvez tivesse medo que ela me comesse.