SAUDADES DE LISBOA
Tita
01.02.21
Tenho saudades de Lisboa. Ontem fui ao supermercado e usei duas máscaras. Tenho saudade de ir dar passeios na praia debaixo do sol de inverno. Apetece-me ir a uma casa de fados, lugar onde nunca fui. Gostava de ir ver o Sporting-Benfica de hoje, sendo que seria a primeira vez que entraria no Estádio de Alvalade (Alvalade XXI). Até tenho saudades de me sentar no meio da confusão da Brasileira do Chiado, ao pé de Fernando Pessoa. Tenho, aliás, vontade de viver Fernando Pessoa no “Livro do Desassossego”. Gostava que os Santos Populares fossem já no próximo fim-de-semana para ser insuportavelmente empurrada e pisada no meio daquela multidão. Quero conhecer mais gente, eu que sou reservada e recatada. Penso nas filas de ambulâncias à porta dos hospitais e tenho esperança de que tudo passe, embora não seja um sonho. Gostava que não morresse mais ninguém, por favor, o que claramente não vai acontecer. Quero subir e descer a Sé até não aguentar mais das pernas. Ficar cega pela luz do sol refletida sobre o Tejo e nos telhados dos prédios. Era bom andar de barco a ouvir o “Fado Falado”.