SE O AMOR EXISTE
Tita
25.08.21
Se me dá dor, não faço. Nada. Mesmo que se diga, ou eu diga a mim própria, que é o melhor para mim. A dor é fácil de identificar. É como se uma agulha se espetasse no coração. Não faço nada que me agudize tal dor. Antes, faço tudo o que puder para que passe. No amor as pessoas não estão por conveniência ou hábito. Ou medo de ficarem sós. Mas apenas porque amam. Mesmo que tenham medo de amar e pequem pela falta da entrega total. Quando há amor. Claro que o amor pode apagar-se. De um lado, do outro ou dos dois. Mas um sinal de que não é assim é quando a sensação da tal agulha a espetar-se no coração aparece. Se as coisas andam mal. O amor consiste na lucidez das emoções que se sobrepõem. Aos ressentimentos. Aos fantasmas. Ao medo. E às fantasias. Ao orgulho e à imaturidade. As emoções sobre o amor sabem o que querem, e bem assim do que precisam. Não tomo as ditas decisões racionais. Porque normalmente são fundadas no orgulho e em algum calculismo estupido mal identificado. Na verdade, há muito que aprendi que, primeiro, é sempre necessário atender aos sentimentos. Aos próprios sentimentos. Só depois é que temos algo sobre o que pensar corretamente. Eu sei. Depois de me ouvir antes de pensar é que depois eu sei. Eu sei que, quando sinto amor, é melhor não fazer nada que o contrarie. Que me contrarie, portanto. Por causa da dor, como disse. E também porque muitas vezes não vejo a felicidade que existe. Mas, no entanto, a felicidade existe. Claro que uma pessoa pode estar ou ficar a amar sozinha. Mas isso não quer dizer nada contra tudo o que acabei de explicar-me. Se é que me expliquei bem...