DE REGRESSO
Cat2007
04.09.13
Como se repara, e alguém haverá de reparar, há muito tempo que não venho aqui. Não que não sentisse a falta ou deixasse de me lembrar disto regularmente. Mas há muito tempo que não venho aqui. Esqueci-me das razões pelas quais vinha. E quase que deixei cair de vez. Agora que estou a ver se chego começo logo por dizer coisas difíceis de explicar. Esqueci-me das razões pelas quais vinha.
Lembro-me que aparecia aqui para escrever o que me passava pela cabeça. Não tinha assunto. Era qualquer assunto. Eram coisas que eu pensava sobre as coisas. Escrevia e fazia-o com uma energia que esqueci. Portanto, esqueci-me das razões pelas quais vinha. Durante largo tempo. Mas agora já me ocorrer qualquer coisa. Partilhar.
Creio que muito do que fiz aqui foi partilhar. Não sei, claro, porque há-de alguém interessar-se pelas minhas partilhas concretizando-as. Sinceramente não sei. E é esta falta de fé, este ir deixando de saber que me foi distanciando daqui.
No entanto, resta-me a necessidade. De escrever. Não é isto que faço na vida. Escrever. Faço outras coisas que me obrigam a escrever. Mas coisas diferentes de escrever. Na minha vida escrevo como quem monta um puzzle. Há um desenho previamente concebido e o trabalho está todo em descobrir como se encaixam as peças. Dá trabalho e pode ser complicado. Mas há uma regra. Um comando exterior. Um elemento não criativo crucial. Um trabalho impessoal. Isto é escrever sem escrever. Não é disto que eu falo quando falo em escrever.
Agora vou parar este post. Já volto para falar da cigana da Casa da Moeda.