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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

COM BASE NO INSTINTO


Tita

06.07.18

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Lembro-me de, em pequena, estar sempre tudo a discutir lá em casa. Tudo menos eu. Por um tempo. Até um dia. Um dia estava deitada no sofá a ver televisão quando deflagrou uma altercação entre toda a gente na outra ponta da casa. Pus-me a pensar sobre o assunto, analisando a causa. Agora não me lembro o que foi. Mas sei que o motivo não era motivo para tamanho escarcéu. Indignei-me. E foi como se uma mola (que não existe) se soltasse dentro de mim. Fiquei tão irritada, que me embrenhei com todas as forças na cena. Fui para lá gritar a dizer que não havia razões para tanto grito. Claro que, ato contínuo, toda a gente se pôs a gritar comigo. A partir de então, passei a ser permeável como os demais, sendo envolvida ou envolvendo-me ou provocando todo e qualquer conflito.

 

Abre parêntesis. Aqui chegada, creio que importa esclarecer que não estou a falar de pessoal das barracas. Fechado o parêntesis, continuando, revelava agora que, por causas das coisas que contei, jurei a mim mesma que quando fosse grande, na minha casa ninguém discutiria.

 

Certa vez alguém com quem eu mantinha uma relação disse-me que os homens são mais bonitos do que as mulheres. E que, tanto assim é, que na natureza é assim. Os machos são mais bonitos do que as fêmeas. Veja-se o exemplo dos pavões e das pavoas. Eu respondi  que a coisa era assim se vista do ponto de vista humano e não do dos animais. Porque estes não têm o sentido da estética mas funcionam com base no instinto. No mais, parecia-me que, mesmo no mundo dos homens e das mulheres, uma mulher bonita é mais bonita do que um homem bonito mas que, de qualquer modo, considerava que não se deviam comparar realidades incomparáveis, pelo que a questão era basicamente parva.

 

Daqui nasceu uma das piores discussões de que me lembro. Motivada por uma questão basicamente parva, recordo. E, malgrado a minha promessa, aconteceu dentro da minha casa quando eu já era grande.

 

NÃO DISCUTO


Tita

22.02.17

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Nós só discutimos com quem amamos. Com a mãe, o pai, os irmãos, a namorada ou o namorado. Apenas pessoas emocionalmente deslocadas é que se põem a discutir com terceiros.

 

Partindo então do saudável princípio de que só se discute com quem se ama, devo dizer que com quem amo eu não discuto. Falo daquelas discussões em que as pessoas levantam a voz e designadamente trocam acusações.

 

Só tenho discussões destas nas situações em que a outra pessoa se põe a gritar por mais de meia hora. É que, também normalmente, não respondo a agressões em voz alterada. O que dá origem a mais agressões em voz alterada. E o processo pode continuar assim por algum tempo. Pela minha meia hora de tolerância. Aí discuto. E altero a voz. E tomo decisões radicais. E é o cabo das tormentas. Pois afeta-me a ira dos mansos.

 

Basicamente, acredito na boa-fé. A boa-fé obriga a considerar as legítimas expetativas da outra parte.

 

É só.

DISCUSSÕES


Tita

17.10.16

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Hoje molhei o cabelo todo à hora de almoço. Estava convencida que ainda não ia chover. Apesar do tom cinzento do céu indicar precisamente o contrário. Também mordi a língua e o lábio a mascar uma Nicorette. Agora doem-me ambos e sinto a cabeça húmida. Não estou, pois, muito confortável. É por isso que venho para aqui. Em vez de me dedicar a coisas que exigem outro tipo de concentração. Claro que podia tentar fazer essas coisas. Mas não me sobra vontade.

 

Hoje disseram-me: “Eu odeio discutir”. E eu: “Mas tu discutes”. E a pessoa: “Eu discuto porque odeio discutir”. Não percebi. Ou por outra, percebi. Há quem odeie discutir mas discute porque se enerva muito. Creio que é isto.

Por vezes, as pessoas que discutem gostam de pensar e de fazer pensar que estão a debater ideias. Pontos de vista. Que estão a trocar informações. Que da discussão nasce a luz. A verdade é que, sejam quais forem os argumentos utilizados, estes servem apenas como armas de arremesso. Porque, numa discussão, o objetivo único é rebentar com todo a esplendidez.

 

No entanto, sabe-se, discutir não faz bem a nada. Sobretudo aos nervos. Não se trata de “deitar cá para fora” para aliviar. As discussões não dão alívio nenhum. O que resulta de uma discussão é, as mais das vezes, uma sensação de se ter apanhado uma sova (isto quando não se fica com uma dor de cabeça também).

 

Assim, eu odeio discutir. E consigo contornar muitas discussões. Embora de manhã seja muito difícil. Se me gritarem de manhã, eu posso ser impelida a discutir. Mas mesmo assim evito a todo o transe. De qualquer forma, basta que me gritem de manhã para que o meu dia fique desde logo todo inquinado.

 

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