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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

PASSOS NO CONVENTO. FELIZ NATAL FACULDADE DE BELAS-ARTES DE LISBOA, PORTUGAL


Tita

24.12.23

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A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, é vulgarmente chamada por  FBAUL e está sediada no Convento de S. Francisco, ali no Largo da Academia Nacional de Belas Artes, ao Chiado.

 

Intrincado e misterioso, como uma mulher divinamente sedutora, o maravilhoso Convento não se deixa conhecer. Apenas cede a oportunidade de admirar os seus grandes corredores e  pátios, salas de aula, oficinas, laboratórios, auditórios, a cisterna e, também, o telhado.

 

Para tudo o mais, que existe, e parece ter sido inventado pela cabeça de Dickens, há que ter uma paciência motivada e dispor de aturado tempo.

 

São cantos e recantos, pequenos corredores e vãos de escada extraordinários e intermináveis, onde facilmente uma pessoa se perde, como se deixa perder numa paixão.

 

Trabalhar no Convento é muito bom. Renova-nos. Uma pessoa anda pelos corredores e sente um certo aconchego e chega a sonhar de olhos arregalados.

 

Espantei-me com o que vi, por exemplo, do Acervo de Pintura da FBAUL.

 

E com as esculturas que foram postas na minha sala.

 

Mil vezes me fascinei com a maravilha de projetos e atividades que ali se fazem.

 

Acho as aulas, e sobretudo as provas de pintura, por exemplo, o um exemplo feliz de felicidade excêntrica.

 

Parece incrível o talento dos profissionais das oficinas e laboratórios.

 

Os alunos são incomuns porque não têm aquela energia jovial acéfala e abrutalhada que é comum a imensos  estudantes do ensino superior.

 

Com exceção, talvez, dos alunos de Direito, por razões que não são aqui tema, coitados.

 

Não sei como se comportam nas aulas. Mas cá fora, os nossos alunos são, comparativamente, bastante mais educados que os demais do ensino superior. Porque são jovens que se comportam e falam num tom normal.

 

E, já agora, em minha opinião, têm imensa pinta dentro do seu estilo.

 

Achei sempre graça ao facto de se poder ir ao pátio cheio deles sentados e observá-los a falar uns com os outros sem nunca estarem aos gritos ou vê-los amiude muito concentrados a estragar, sem qualquer noção disso, o material da esplanada.

 

No entanto, a espalhar automaticamente sobre aqueles objetos a arte que lhes vem de dentro. E a arte é tão para a vida!

 

Foi emocionante de cada vez que pude sentir o talento, o amor intenso e a dedicação de tantos professores ao seu trabalho.

 

E, no entanto, foi duro olhar para eles e perceber que acusam um certo cansaço.

 

Falo apenas com o meu testemunho.

 

Apaixonei-me pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, Portugal. Por aquilo que é a sua verdadeira essência. Talvez até possa ser amor. 

Até sempre.

Feliz Natal FBAUL!

 

FALTARAM OS TRAPEZISTAS


Tita

23.12.23

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Decido não mentir às pessoas.  Não acredito em mentiras. Não fazem bem a nada. E, lá está, porque mentem.

Apesar da vida dura sentida nos ossos, nunca abandonaria um projeto, o trabalho e as pessoas. A missão, a responsabilidade, o compromisso, a ética, a solidariedade e a palavra dada são valores incontornáveis, sem os quais é impossível viver com dignidade.

É proibido desistir. Sobretudo quando um projeto se destina ao bem de uma instituição e das suas pessoas. A desistência equivale a uma traição. Que é o mesmo que falta de humanidade. Talvez a pior coisa que uma pessoa pode ser na vida. Traidor.

É indesmentível que muitas coisas que já esperava me apanham sem estar à espera. Este andar distraído tem tudo a ver com o facto de ficar entediada de morte com a energia das mentiras, traições, enredos e intrigas, que incidem sobre as pessoas com o intuito de lhes causar dano. Na essência, estes programas cumprem atividades de natureza semelhante às da casa do “Big Brother”.

Não tenho medo destas coisas, tenho sono.

Para além do tédio, um mundo intriguista de gente bastante infeliz e sem saída, também me faz-me rir de impaciência. Rir daquela forma triste e cansada, como, em crianças, riamos dos Palhaços.

De facto. Muitas vezes tenho pena das pessoas. Porque “ser de intrigas” é padecer de um de distúrbio afetivo crónico que faz sofrer muito.

A insegurança, os complexos e a desconfiança, aos mais altos níveis, com que estas pessoas têm de enfrentar os seus iguais nos seus dias diários…  a baixíssima autoestima, que domina e a mina tudo… não é bonito de se ver.

É uma vergonha envergonhada que eu sinto das tropelias dos Palhaços de quando eu era criança.

Para ilustrar, conto a forma como principiei um início: “Estou aqui há [mil (?)] anos e sei os podres de toda a gente. Quando tiver um tempinho para conversarmos, conto-lhe tudo”.

Para quem aprecia o género, siga o espetáculo do “Maior espetáculo do mundo”. Como nos diziam e a coisa não encaixava.

Já me aconteceu antes sair do circo sem perceber muito bem a razão pela qual não vi os trapezistas. Deve ser porque não existe razão nenhuma.

Em pequena, os trapezistas mantinham-me a aturar um espetáculo deprimente porque tinha a certeza de que, a qualquer momento, eles iriam aparecer a voar.

Mas é verdade que há muitas vezes em que os trapezistas não vêm. E uma pessoa fica com imensa pena.

 

E HÁ TANTO CAMPO EM MIM!


Tita

25.07.22

 

 

Creio que ser do hipocampo significa pertencer às memórias. Às suas próprias memórias. E às memórias de quase toda a gente. Incluindo as memórias recentes. Dela e nossas.

No outro dia vinha no carro e apareceu esta música incontornavelmente feliz. Onde, de repente, impõe-se ali o verso “e há tanto campo em mim” a seguir ao hipocampo. E, de repente, aconteceu-me começar a cantar também. E a rir. E a bater com as mãos. Eu, que até estou numa fase em que ando um bocado chateada. Não me imaginaria a cantar na voz da Lena D’Água. Na voz de ninguém. Não me imaginaria a cantar. Ponto. Porque, como disse, ando chateada.

Só que hoje estou muito menos chateada do que estava naquele dia. É que, desde esse dia, ouço todos os dias o “Hipocampo” e sinto mesmo que “há tanto campo em mim!”. É tão bom ir buscar de onde somos, o que vivemos, o que fizemos e perceber que ainda temos em nós tanto para fazer e para dar. Há tanto campo em nós!

Depois, vamos ver. Como era ela no passado. Passamos vídeos e músicas por nós. Era linda! Pois. Mas muito mais do que isso, era um talento. Uma voz. Uma grande artista. Que um dia desapareceu. Escondeu-se. Fartou-se ou não aguentou mais tudo. Sabe-se que sofreu muito. Creio que todos, os que pensámos nisto, acreditámos que se tinha perdido dentro de uma casinha modesta que ficava depois, muito depois, do Campo Grande. Ali a meia hora de Lisboa num local onde ninguém compreende como chegar. A não ser os seus gatinhos. E também os cães.

Esteve por lá anos e anos. Demasiados para quem tem de criar e dar. Para quem tem um dom. É verdade que muitas pessoas extremamente dotadas fazem isto. Aguentam dentro de si tudo o que têm mesmo de dar. Entram neste processo contranatura. E evidentemente sofrem muito assim. A achar que podem resumir a própria existência a si mesmas.

Só que não podem. Pelo menos, a Lena D’Água não foi capaz. E voltou a falhar num projeto. Para voltar a vencer na vida. Aqui está de novo. É do hipocampo e tem tanto campo em si! Que bom encontrá-la assim bonita e talentosa como sempre. Que bom que ela está aí para nos ajudar a acreditar que há sempre tanto campo em nós.

Obrigada, Helena!

 

TENTAÇÕES


Tita

14.10.21

O que você precisa saber sobre a tentação

 

Venho aqui  escrever sobre a minha relação com a tentação. Com as diversas tentações. “Não cairás em tentação”. Ouvia-se isto na missa dominical. Ainda deve ouvir-se. Apenas, eu não sei. Porque nunca mais lá fui. À missa. Há também aquela passagem da Bíblia referente aos longos dias que Jesus passou no deserto a ser tentado pelo Diabo. Nunca cedeu. Ganhou o Céu. Pois parece, então, que é, pelo menos, positivo não cair em tentação.

Eu, por outro lado, caio sempre em tentações. Voluntariamente. Por princípio. Nem que seja Just for a thrill. Talvez acabe a vender a alma ao Diabo por causa disto.

A minha questão é perceber quem é o Diabo nestes termos. O Diabo há de ser o mal. Assim, é melhor não seguir o mal. Ou seja, as coisas que nos fazem mal. É melhor não as experimentar. Evidentemente, é melhor não tomar drogas. E traficar. É também aconselhável não dar entrada num gangue de ladrões de automóveis ou de outros bens. É fundamental não matar pessoas.

Enfim, importa não andar para aí a fazer mal a sério aos outros e a nós próprios. E, como se demonstra, há planos em que é fácil perceber onde está o mal, não se sabendo se é o próprio Diabo. Eventualmente, o Diabo-entidade não existirá. O que poderá existir são infernos onde as pessoas se deixam conduzir aqui na Terra. Como os que referi a título de exemplo.

Mas e de quando não é assim tão simples ver onde está o mal? Há coisas que só mesmo abrindo para ver o que está lá dentro. Porém, eu gosto de surpresas. E de quando vislumbramos que dada situação tentadora se anuncia concomitantemente como boa e má? Pessoalmente, vejo as tentações como possibilidades. Oportunidades. De viver. De mudar o rumo. Ou o espírito. Porque, se é mesmo nova a experiência, havemos de sentir novidades. O que, em última análise, é capaz de ser bom.

Esclarecendo, tudo isto veio a propósito de existir a possibilidade de vir a assumir responsabilidades em relação às quais não tenho todas as competências técnicas exigíveis. De facto, estou agora sem saber o que fazer, embora bem saiba que, chegado o momento, a minha resposta será sim.

 

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