QUAL É O TEU FAVORITO?
Tita
11.12.20
Uma vez, em conversa, alguém (não adolescente), disse-me que o seu cantor preferido era X e, logo de seguida, confessou-me o seguinte: “não é que eu goste assim tanto dele, mas tinha que ter um preferido para quando alguém me perguntasse”.
De facto, as pessoas estão sempre a querer saber qual é a nossa cor, o nosso autor, o nosso livro, o nosso cantor, a nossa música, a nossa frase, a flor ou a planta. Como se, pelas respostas dadas, fosse possível traçar a personalidade de alguém, revelando-lhe alguns segredos, e, claro, chegar a uma proximidade qualquer.
Para, precisamente, responder a um questionário imaginário sobre o tema estou a pensar no azul-marinho, em Dostoievski, no “Crime e Castigo”, em “That’s life”, na Amália, no facto de que “Não é possível comer um bolo sem, ao mesmo tempo perdê-lo”, em tulipas ou em bonsais (que não são plantas, mas árvores muito parecidas com plantas). Porém a questão é que poderia responder castanho, Pessoa, “A amiga genial”, “No teu poema”, Sinatra, “O inferno são os outros”, rosas e numa planta bonita de que não sei o nome.
Não obstante, a verdade é que agora estou com uma camisola encarnada, depois de há pouco ter lido Goscinny e Uderzo, a contarem mais uma aventura de “Astérix”, a ouvir o “Love never felt so good” do Justin Timberlake, sem me lembrar de qualquer frase guia, num cenário tocado pela ausência de flores ou de qualquer planta. E tudo isto faz parte do meu plano favorito para hoje.