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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

ESTA É UMA CARTA DE AMOR QUE ESCREVO A QUEM SE DESTINA


Tita

03.09.24

 

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Quando compreendi a minha situação de ser uma individualidade, como toda a gente é, senti mesmo a falta de qualquer coisa.

Bom tenho quatro irmãos. Todos rapazes. Talvez tivesse necessidade de uma irmã. Mais ou menos da minha idade. 

O que, por outro lado, era estranho. Eu gostava de jogar à bola, subir árvores, fugir de casa, andar à pancada, correr por e para todo o lado, ler livros e ir à escola. Já agora, também ficava "em pulgas" para me meter nos assuntos dos adultos para ouvir tudo e opinar. 

Realmente... uma menina típica não era nada assim. Só se a minha irmã saisse como eu.

Caso tivesse uma irmão mais ou menos da minha idade e que, ainda por cima, tivesse o meu feitio, seria mais fácil. Por exemplo, aguentar as "bocas" constantes das donas-de-casa lá da rua. Estas pessoas adultas, pertencentes ao género que mais sofria, chamavam-me "maria-rapaz". Desabafos muito cínicos temperados de raiva fina, portanto. Odes contra um tipo de liberdade que, apesar da dor que quase já nem sentiam, reprovavam em alta voz.

Mas, além do mais, eu queria uma irmã para trocar ideias e viver aventuras únicas. O que não acontecia com os amigos com quem diariamente brincava. Compreendi que os rapazes tinham bastantes limitações sobre os mundos do imaginário, dos sonhos, dos raciocínios livres, das sensações, dos sentidos e dos afetos. Parecia-me que os rapazes não possuiam elasticidade afetiva. Nada de mistério também.Sempre previsíveis, pois.

Creio que, ainda hoje, as obrigações que os homens acham que têm em relação às mulheres determinam que se mantenham desinteressantes e chatos.

Em pequena vivia na convicção de que  se fosse um rapaz, facilmente poderia seduzir uma menina. Porque é fácil a uma menina compreender a sensibilidade de outra. Sucede que, como não era nenhum rapaz, nada a fazer. Via-me menina. E não via como podia uma menina, que não era rapaz, namorar com outra, que igualmente não o era.

Enfim, lá chegou o dia em que as coisas ficaram mais ou menos óbvias. Desejava conhecer uma mulher, que, claro, não fosse minha irmã, antes pelo contrário. Mas só queria uma. Desde o primeiro ao último dia Um amor. Correspondido. Profundo. Apaixonado. Mágico. Belo. Sensual. Corajoso. A eternidade em cada momento da vida, para toda a vida. Um amor a sério de uma mulher. 

O problema é que a maioria das mulheres nunca quer nada de jeito. As mulheres, como, aliás, os homens, são simplesmente do Eu. “Eu quero ser amada, admirada, respeitada, temida, invejada. Eu quero mandar. Os sentimentos profundos são uma perda de tempo. E a que propósito havemos de pensar no Nós? As pessoas não são de confiança. Se nos apanham a jeito, abusam de nós e dão cabo do nosso orgulho, entre outras coisas”.

Fartei-me!

Depois tu apareceste. Olhei, e o sol de ti quase me cegou. Vi-te linda, mas juro-te que a maior parte da minha atenção em ti não foi por isso. 

Em nenhum momento, até te ver a sorrir para mim em direção ao meu carro, imaginei que te queria. E, vê lá tu, o teu primeiro beijo na minha boca… não sei dizer bem. Só sei que hoje, quando penso nisso, parece-me que te amo desde que vi a tua cara pela primeira vez.

És a mulher com quem sempre quis estar. A minha pessoa. Esta magia deixa-me incrédula algumas vezes. Amo-te inteira no corpo e na alma. E não consigo sair destas frases feitas porque este sentimento é muito maior do que eu. Já não conseguiria entender a vida, a minha vida, sem ti.

 

TRANS WOMEN


Tita

19.07.18

 

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Falava-se no outro dia sobre lésbicas ativistas e trans women ativistas. Ao que consta, aconteceu recentemente um grave conflito em Londres. Parece que se odeiam. Não tinha ideia. 

 

Pediram-me opinião. Disse que as trans woman são mulheres. Pois se eram homens e mudaram de sexo... Assim, às primeiras impressões, não percebia a razão do conflito.

 

Não obstante, pensando agora um bocadinho mais sobre o assunto, ocorre-me que as trans women que gostem de mulheres são lésbicas, pelo que se enquadram em qualquer movimento de afirmação pelos direitos das mulheres homossexuais, não subsistindo, deste modo, razão para zangas no seio das ativistas.

 

Já as trans women que gostam de homens são mulheres heterossexuais. Ora, será eventualmente aqui que bate o ponto da discórdia. Porque, afinal, no âmbito das manifestações de luta pelos direitos dos homossexuais onde aparecem, o que defendem elas? Analisada a questão de um ponto de vista puramente lógico, diremos que não sabemos muito bem, embora nos pareça que não é a causa lésbica.

 

INGENUIDADE


Tita

09.02.17

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Este blog trata da minha opinião sobre as coisas em geral que em geral me interessam. E existe porque, de facto, tenho necessidade de opinar.

 

Já quando era pequena era bastante opinativa, tonando-me chata, impertinente e perdedora de grandes oportunidades para estar calada.

 

Aqui tento ser mais prudente. Mas não deixo de ser um bocadinho desbocada. Se para ser desbocada também conta meter por aqui fotografias minhas.

 

Como ia dizendo, quando era pequena, adorava interferir em todas as conversas. Especialmente se se tratava de conversas de adultos. Certa vez ouvi a expressão “corno”. E achei que queria dizer teimoso. Daí que um dia disse a pessoas que o meu pai era um “corno”. Riram-se. O que eu não compreendi de todo. Depois alguém me disse que eu não devia dizer essas coisas. O que não compreendi de todo igualmente.

 

Certa vez, estava com uma colega de escola a medir o tamanho das maminhas. Isto num parque vazio de gente e cheio de arvoredo. Sucede, porém, que passou um rapaz de bicicleta que olhou para nós com curiosidade científica. E foi-se. Lembro-me de ter ficado superlativamente envergonhada, enxovalhada mesmo. A minha coleguinha, por seu lado, riu-se e perguntou-me se me parecia que ele tinha achado que nós éramos “fufas”. E eu: “”fufas? Mas o que é isso?”. E ela: “Não é nada, deixa estar”. Fiquei a pensar naquilo dias seguidos. Depois, lá me esqueci. A verdade é que ela nunca cedeu em dar-me uma explicação.

 

Esta colega, além de ser muito mais sabida do que eu, era também um bocadinho mentirosa. Com efeito, veio dizer-me que uma fadista estrangeira, considerava que a mãe dela cantava o fado como ninguém. Talvez melhor do que a Amália, acrescento eu agora. A questão é que acreditei na existência de “uma fadista estrangeira”.

 

Isto que acaba de ser dito não sofreu alterações para a atualidade. Ou seja, continuo uma crédula. Por exemplo, uma amiga minha disse-me que deixou de ser lésbica. Ela que era uma desenfreada devoradora de mulheres. Acreditei. Na altura, atribui a coisa a um desgosto qualquer, que desconheço. Mas talvez as coisas não sejam assim, e ela seja lésbica na mesma. Quer dizer, ela pode ter deixado de praticar. Mas não terá deixado de ser lésbica. A menos que nunca tivesse sido, não é? Talvez ela nunca tenha sido lésbica, afinal. E é nestas coisas que eu acredito. Pois se as pessoas dizem…

 

Voltando ao quando era pequena, o meu irmão mais velho disse-me que sabia do esconderijo de um tesouro de um pirata, pelo que eu devia aceder em ficar sozinha em casa enquanto ele saia para ir buscar o tesouro. Não demorava nada. Assim, ele saiu e eu fiquei sozinha à espera que ele regressasse rico. Claro que, quando se deu o seu regresso de mãos a abanar, lhe bati.

 

Não tenho nenhuma moral (moral da estória) para apor aqui a estas coisas que estive a dizer. Porque obviamente não existe

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