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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

SAUDADES DE LISBOA


Tita

01.02.21

10 sítios imperdíveis em Alfama - Lisboa Secreta

 

Tenho saudades de Lisboa. Ontem fui ao supermercado e usei duas máscaras. Tenho saudade de ir dar passeios na praia debaixo do sol de inverno. Apetece-me ir a uma casa de fados, lugar onde nunca fui. Gostava de ir ver o Sporting-Benfica de hoje, sendo que seria a primeira vez que entraria no Estádio de Alvalade (Alvalade XXI). Até tenho saudades de me sentar no meio da confusão da Brasileira do Chiado, ao pé de Fernando Pessoa. Tenho, aliás, vontade de viver Fernando Pessoa no “Livro do Desassossego”. Gostava que os Santos Populares fossem já no próximo fim-de-semana para ser insuportavelmente empurrada e pisada no meio daquela multidão. Quero conhecer mais gente, eu que sou reservada e recatada. Penso nas filas de ambulâncias à porta dos hospitais e tenho esperança de que tudo passe, embora não seja um sonho. Gostava que não morresse mais ninguém, por favor, o que claramente não vai acontecer. Quero subir e descer a Sé até não aguentar mais das pernas. Ficar cega pela luz do sol refletida sobre o Tejo e nos telhados dos prédios. Era bom andar de barco a ouvir o “Fado Falado”.  

 

DE VOLTA A LISBOA


Tita

10.07.16

 

De regresso da minha primeira parte das férias deste ano.

 

Venho bronzeada porque fiz praia. E tive pouco cuidado com o sol. Bem sabendo que é uma estupidez. Até me está a cair a pele do ombro direito.

 

No dia 7 fui a um restaurante onde se comia muito bem. Também, os empregados, eram muito simpáticos e profissionais. A envolvente deste restaurante é irreal, by the way. Sobretudo à noite. A certa altura, um senhor contratado começou a cantar a partir do relvado. Estavam duas inglesas de meia-idade na mesa ao lado da nossa. Começaram a cantar com ele. Elas sentadas na sua mesa e ele de pé no relvado, como já estava. Deviam ser cantoras líricas. As vozes poderosas tomaram conta da noite. Diverti-me muito. Aliás, toda a gente no restaurante se divertiu muito.

 

Também joguei ténis duas vezes por dia. Houve dias em que joguei muito bem e houve dias em que joguei muito mal. Tem a ver com a concentração. Jogar ténis a pensar noutras coisas não é um bom método.

 

Verifico que estou a escrever este texto como se fosse uma redação encomendada por uma professora do primeiro ciclo sobre as férias. É aquela coisa de querer contar as coisas.

 

E continuando a contar as coisas, sempre digo que, mesmo assim, não desliguei de Lisboa. Lisboa é a minha referência de vida. Nasci aqui. É aqui que se situam os meus ninhos e os meus nichos. Estou contente por regressar a casa.

 

 

 

LISBOA


Tita

01.05.14

 

 

Adoro Lisboa. A luz. As ruelas. O cheiro. O rio. O fado... Estou a ouvir a Mariza. É para me acompanhar. Se eu não gostasse tanto de Lisboa, gostaria menos da Mariza. Agora está a tocar “Há uma música do povo” do Fernando Pessoa. Parei para ouvir melhor o poema. E a música. “Sou uma emoção estrangeira”. Esta é a frase que me toca. Mariza sobe quando a canta. A musica é linda. Lembro-me de estar neste concerto fabuloso ao ar livre. Ali na Torre de Belém. Assustei-me com a recente paragem na carreira dela. Tive medo que se perdesse. Melhor, que a perdêssemos. Seria trágico. Mas este post não é sobre a Mariza. Já fiz um sobre ela. Não vale a pena repetir. Aguardo o seu regresso a sério. Com concertos e mais do que o Best of que acabou de lançar.

 

Passei por uma fase muito difícil recentemente. Um período sem vontade. Sem alegria. Estive muito tempo sem rir. Sem rosto. E sem música. Por isso escrevia pouco. Não encontrava nada em mim para dizer. É claro que se escreve a partir do que há dentro de nós. Mas não é possível fazê-lo sem o mundo. Sem o mundo dentro de nós. Mas eu fechara a porta.

 

Tenho uma senhora das limpezas lá no sítio onde trabalho. Uma vez fiz-lhe um pequeno favor. E agora ela já me ofereceu dois sabonetes. Um no Natal e outro agora na Páscoa. Eu não lhe ofereci nada. Só um pequeno favor, como disse. Quase todos os dias trocamos dois dedos de conversa. Ela nunca percebe muito bem quando não posso continuar a falar. Ás vezes entra-me no gabinete só para cumprimentar. E por lá fica a falar. Vejo que não temos muito em comum. E por isso, de vez em quando, sinto uma certa inveja dela. Acho-a melhor do que eu neste aspeto. Eu estou sempre a não querer incomodar. E privo-me de tantas coisas de que poderia gostar. Como privo os outros das minhas coisas que eles gostarão.

 

Sei que sou simpática e uma boa pessoa. Outrora já tive medo de ser assim. Porque me podiam magoar. Até que descobri que quem ganha é sempre quem mais amou. No sentido amplo do termo. Frase feita. Bem feita. Sei que não me fica bem estar aqui a dizer estas coisas boas de mim mesma. Até parece inconsciência. Falta de noção dos defeitos próprios. É quase inaceitável uma pessoa dizer que é uma boa pessoa quando pode magoar e magoa tanta gente. Mesmo sem querer e muitas vezes querendo. Não é fácil viver.

 

Daqui a pouco começa o jogo com a Juventus. Não posso perder. E não vou perder. Era bom que o mesmo acontecesse ao Benfica. Não perder. Confesso que não estou com muita fé. Notou-se cá como eles jogam. Acredito que lá ainda joguem melhor. Mas vamos ver como correr. Enfim...

 

A Mariza continua a cantar. Agora é a “Primavera”. Diz que é o seu fado favorito. Não é o meu. Fala de um amor que acabou. E que era preferível morrer. Os dois. Mas a vida segue. Com a solidão que não se desvanecerá. O amor é um milagre que se dá. Embora possa morrer. Sendo no entanto inesquecível. Concordo com isto. Embora a Primavera não seja o meu fado favorito, como disse.

 

Gostava de acrescentar que o “Gente da Minha Terra” foi escrito pela Amália.

 

 

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