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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

A INVEJÁVEL FIRMEZA


Tita

20.07.18

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Conheço uma mulher que odeia mulheres, por assim dizer. Porque estas rivalizam com ela as atenções dos homens. Há um tipo que talvez me ache uma certa graça, não sendo correspondido. Sucede que ela sente-se atraída por ele. Agora, por causa disso, tive que começar a dizer coisas desagradáveis sobre o desgraçado. Não quero chatices. Tenho a impressão que estas mulheres assim são um bocado malucas. Logo imprevisíveis.

 

Gostaria ainda de acrescentar que esta mulher refere-se a uma data de homens como amigos. Depois farta-se de falar deles à vez. E eu não entendo como é que os amigos lhe podem dizer que não vão dormir bem a sonhar com o peito dela ou a convidam para um jantar à luz das velas num veleiro. Acresce que estes homens, na sua maioria, foram encontrados no FB. São amigos.

 

Finalmente, dizer que, no âmbito de um cafezinho em grupo de três, em que ela era uma das três, estive a ouvir uma conversa sobre o biquíni deste verão. É sem alças. As conclusões apontaram para a invejável firmeza dos seios. O tédio tomou-me de vez.

 

Assim, já estou a pensar na aula de Pilates de hoje à tarde. É nível três. O que significa que não vou conseguir fazer alguns exercícios. Na aula passada, a professora foi lá corrigir-me, aproveitando para me esclarecer expressamente (bem como à turma inteira) que eu não sou, de facto, nível três. Como se não me quisesse lá. Como se eu tivesse que descer de classe. No fim, lá lhe expliquei que era por causa das horas. Dá-me jeito ir àquela aula por causa das horas.

 

Seja como for, não me parece que esta professora odeie mulheres, sendo certo que, esta sim, tem os seios visivelmente firmes.

 

"ELA"


Tita

12.10.16

 

 

Consta que, a partir de dezembro, vai estar um frio de rachar. Por falar em frio de rachar, que é uma expressão que toda a gente usa, lembrei-me de duas específicas mulheres que vi na rua à hora do almoço. Uma dizia para a outra: “como eu costumo dizer, o sol quando nasce é para todos”. Não foi a primeira que eu vi alguém a apropriar-se assim das coisas de toda a gente. De bens do património imaterial geral. As pessoas fazem estas coisas porque gostam de falar com certezas e de parecer inteligentes. O que revela que não são.

 

Mas passando à frente, é muito usual ver duas mulheres trabalhadoras juntas na rua à hora do almoço. Ora, os pares de mulheres que eu vejo na rua à hora de almoço falam bastante e um bocadinho alto. Não posso deixar de ouvir o que dizem. E se forem á minha frente no passeio, caminhando na mesma direção que eu, posso até escutar uma conversa ou outra. E há sempre uma palavra que salta para o ar nos discursos destas mulheres. “Ela.”. Ela existe sempre. E diz coisas. Faz coisas. Ela é um ser perturbador. Ela é má. Torcida. Intrometida. Tem mau feitio. Irrita. Ela nunca é do melhor.

 

Relembro que estou para aqui a falar apenas com base no facto de as mulheres que andam na rua aos pares à hora de almoço, estarem sempre a referir-se a “ela” com mau tom. Isto é o que eu tenho visto. Desconheço as consequências que estas coisas terão no ambiente, no trabalho de equipa e de colaboração e na própria produtividade. Já agora na saúde. Porque não li nenhum estudo sobre o assunto.

 

Mas porque existirá “ela”? Será que estas coisas têm a ver com o fenómeno da chamada por muita gente “rivalidade feminina”? Mas isto ainda se usa? Pensei que a coisa estava mais ligada ao tempo em que a esmagadora maioria das mulheres eram donas-de-casa com muito para fazer e também muito tempo para pensar. As tarefas rotineiras, ainda que pesadas, libertam muito a cabeça porque exigem pouco do intelecto. E quando se tem muito tempo para pensar, normalmente pensa-se disparates.

 

Eu penso que é muito difícil ser “ela”. Seja lá quem ela for.

 

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