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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

DE OPORTUNIDADE


Tita

15.08.12

 

 

Paulo Portas (PP) chamou António José Seguro (AJS)  ao MNE para um almoço quase secreto. Alegadamente por trás  a ideia de  tentar convencer AJS a votar favoravelmente o Orçamento para 2013. E neste movimento PP faz duas coisas. Um favor ao Governo e a Passos Coelho cuja  margem de diálogo com o maior partido da oposição se encurtou dramaticamente desde que AJS deu o seu o gritinho do Ipiranga contra as “politicas de austeridade da direita neo liberal” (o que sucedeu logo depois de Hollande ter sido eleito). E um obséquio a si próprio ao aproximar daquele que, pesadelo ou não, deverá ser o próximo Primeiro Ministro de Portugal. Portanto, ao tornar-se na única porta de comunicação ente os dois lados, Portas fica bem com Deus e com o Diabo e abre já caminho para mais uma pasta ministerial importante no próximo governo. Que seguramente será rosa.

 

 

CHUNGARIA


Tita

15.07.12

 

 

 

Muitas vezes fico a olhar parada para a parede. Gosto de olhar para paredes desocupadas. Para pensar. Em tudo o que não percebo muito bem. Se forem brancas melhor. Há menos perturbação. Assim, ali fico então a pensar.

 

Claro que isto não é coisa boa. Pelo menos, Não servirá para grande coisa. Um destes dias, enquanto olhava para uma parede, conclui que muitas conclusões a que chego seriam mais fáceis de alcançar se não pensasse tanto. Há qualquer coisa de adiantada mental, freak control e complicativo em mim. Nunca me fio no óbvio. Quando afinal a maior parte das coisas são mesmo o que parecem. Por exemplo: o Relvas parece ou não parece um corrupto? Parece. Então se parece é porque é. Além disso, aquelas expressões diabólicas que enquadra sempre que fala ou está calado são menos diabólicas e mais para o “chunga”. Tanto que ninguém se lembra que se trata de um Ministro.

 

A propósito do Relvas, era bom que a Clara Ferreira Alves estivesse coberta de razão quando diz que já está como há-de ir. Eu cá, complicativa como sou, ainda acho que não vai a lado nenhum porque para tanto muitos outros amigos teriam de sair com ele, Primeiro-ministro incluído. O que, como sabemos, levaria a uma crise política eventualmente mais séria do que aquela que é provocada pela própria existência em si deste Executivo. No meio de tudo isto se fosse possível salvar a RTP de Relvas seria ótimo. Enfim, pareço uma "bloquista" a falar, bem sei. Mas nem por isso.

 

Bom, agora vou grelhar uns robalos para o almoço, esperando que a casa não se encha de cheiro a peixe. E que valha a pena. Se houver sorrisos é porque valeu.

 

PPC


Tita

15.07.12

 

 

Nos prolongadíssimos tempos em que Pedro Passos Coelho (PPC) foi líder da JSD, sempre que o via vinha-me à boca uma especial sensação de desprezo. Demasiado velho para ser líder de uma juventude partidária (ainda que seja a do PSD) por demais idoso para ter ideias frescas. Era entediante, banal e instalado. Já era. Imaginar que este homem viria a ser Primeiro-ministro de Portugal era uma impossibilidade. E no entanto, cá está. Ou seja, um dia destes qualquer um de nós pode ganhar o totoloto. Esta é a lei das improbabilidades. Hoje PPC é igualzinho ao que era com exceção do cabelo, que está cada vez mais fraco.

ALEMÃES, MAS QUEM OS PODE OUVIR?


Tita

13.05.12

 

 

 

 

Na sexta passada desci para jantar na esplanada aqui à porta do prédio. Como moro no centro da cidade é muito comum ver turistas sentados à mesa. Ainda não tinha andado um par de metros quando já ouvia aquele sotaque especial de quem parece rosnar enquanto fala descontraidamente. Pois eram alemães. Vários amigos sentados ao lado uns dos outros num jantar de amigos. Parei a linha normal do pensamento por uns segundos para tomar um novo tipo de noção sobre o raio do casaco e dos ténis que levava. ADIDAS!!! Senti-me mal na minha pele. E percebi que a xenofobia poderia estar a tomar conta de mim. Sim, a aversão ou a profunda antipatia em relação aos alemães.

 

Sentei-me logo numa fila de mesas longe dos referidos germânicos. Só pensava em tirar o casaco azul-turquesa com aquelas listas pretas enormes. Mas não era possível. Por baixo só tinha o bra. E, de qualquer forma, estava ainda com os ténis prateados. Senti imenso calor nos pés. Porém, dado o atual contexto, conclui que era melhor não estar descalça ao pé daquela gente.

 

Os tipos falavam e falavam. Alto. Parecia que estavam a rasgar folhas de papel. É aquele sotaque agressivo. Devo sublinhar o alto. De facto falavam bastante alto. O que não é suposto. Na Alemanha não se fala com tal volume nos restaurantes. Só nas casas de pasto dos países do sul é que se levanta a voz para conviver. Assim, os herr e as frau vêm até ao sul para estarem mais à vontade. Like PIGS.

 

O pior foi quando o empregado nos pediu delicadamente para mudar de mesa. Se não nos importávamos íamos ali para aquela mesa para duas pessoas. Colada à dos alemães. Havia um grupo de quatro para sentar. Dava jeito que fosse onde estávamos. Mudámos. Não podíamos usar o argumento anti-alemão. Não seria correto. Até porque a ideia ainda era nova. Pelo menos em mim.

 

Tipos feios e mal vestidos com uma postura inenarrável. Decidiram olhar para nós. Enquanto se mantinham a sobrepor a voz à de toda a gente. Um deles levantou-se para entrar no restaurante e eu decidi imediatamente que parecia um drogado velho. A mulher que estava  à minha frente em diagonal era feia como um desmaio. Todos eles ficaram a observar-nos para ver se tínhamos maneiras à mesa. Também estavam interessados nas nossas escolhas. Talvez tenham ficado à espera que pagássemos a conta com cartão de crédito. Enganaram-se!

 

Segundo o embaixador alemão em Portugal, o seu país tem muita simpatia pelos portugueses. Agora, isso não significa que possamos continuar a viver acima das nossas possibilidades, produzindo pouco e gastando muito. Isso já foi tempo, uma vez que a imperial paciência se esgotou. E agora ou trabalhamos muito, ganhamos pouco e não gastamos nada ou levamos uns puxões de orelhas e umas palmadas no rabo. Se insistirmos, vamos para a cama sem jantar.

 

Vinha hoje no “Expresso” que a dívida alemã representa 85% do PIB. Quer dizer. Os alemães devem o equivalente a 85% do que produzem (o PIB representa a soma monetária de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada economia durante um período de tempo, normalmente um ano). Não obstante, financiam-se no mercado a juros baixíssimos, conforme determinam as avaliações das agências de rating. A Alemanha é uma economia sólida que não apresenta riscos. Os investidores têm expetativas sossegadas. Ou seja, é normal que os Estados se endividem. Aliás, que não possam viver de outro modo e que as suas dívidas não sejam para saldar, garantindo-se apenas a liquidez necessária para pagar os respetivos juros ao longo do tempo.

 

Agora imagine-se o inimaginável. Por qualquer razão absurda as agências resolviam descer a notação da dívida alemã até ao nível do lixo. Não sei porquê. Argumentavam com o incremento dos movimentos de extrema-direita no Norte da Europa, com o crescimento negativo da procura interna na Alemanha, com a obesidade da chanceler, com a cadeira de rodas do ministro das finanças, com a irritabilidade do sotaque, o qual, poderia ser alegado, põe os nervos em franja a todos os interolocutores internacionais. Não sei. Qualquer razão. Os juros da dívida subiam à loucura e os alemães simplesmente deixavam de dever 85% do que produzem para passarem a uma situação em que poderiam até ficar a dever o dobro. Então o país haveria de precisar de ajuda externa. Ou seja, a Alemanha entraria para o grupo dos PIGS, o qual se passaria e chamar PIGAS. E eu voltaria a sentir-me bem com o meu casaco Adidas, entre tantos outros produtos alemães que estou habituada a consumir.

 

Resta-me lembrar que Portugal, ao contrário da Grécia, não “aldrabou” os números, tendo cumprido os critérios exigidos para entrar no euro. Que, malgrado as nossos fragilidades e parvoíces (incompetência, más classes dirigentes e má cultura incluídas), a nossa dívida em percentagem do PIB era inferior à alemã na altura em que as queridas agências de Merkel nos baixaram a notação. Só porque talvez eventualmente fossemos como os gregos, embora ninguém apresentasse até hoje provas disso, antes pelo contrário.

LADOS


Tita

12.04.12

 

 

 

 

 

Creio que ser de esquerda é quase uma obrigação moral. E isto vale para as pessoas que votam em partidos de esquerda como para aquelas que elegem representantes da direita politizada. A única diferença está no seguinte: um esquerdista de direita não consegue contornar os solavancos e as consequentes agonias da incongruência.

 

De qualquer modo, duas coisas: tenho pena de não ter votado na Manuela Ferreira Leite nas penúltimas eleições e jamais votarei no PS se o candidato a primeiro-ministro for o Tó Zé.

 

Em síntese, estou-me nas tintas para os partidos, que isto aqui não é o universo da bola.

 

 

ANESTESIA GERAL


Tita

22.02.12

  

 

As coisas quem mais me têm chateado ultimamente aprecem com a cara do Passos Coelho. E não a do Relvas. Compreendo. É instinto de preservação. Uma vez uma médica explicou-me isso. O organismo diz basta quando a dor é excessiva. É por isso que não dói nada quando se bate a 200km por hora. Claro que é quase morte certa. Mas de um certo ponto de vista, do ponto em que não há dor, é uma morte pacífica. De qualquer modo, creio que nunca bati a essa velocidade. Creio porque não sei muito bem qual era a velocidade a que vinham terceiros. Mais propriamente o homem que me abalroou. Seja como for, não doeu nada a bater. Palavra de honra. Depois é que foi o pior. Claro. É sempre assim quando se sobrevive a um grande impacto. A cara do Relvas é something neste aspeto. Assustadora na mesma medida em que parece um paralelepípedo com dois brilhantíssimos olhos minúsculos cravados tipo cabeças de prego. Passe o facto de ter um ar de saloio incrível. Certamente.

 

Com o Passos Coelho a coisa já não é assim. A dor anestesiada. Não. Dói sentidamente ver a cara do homem. Há mulheres que dizem que ele é bonito. Até a Maria Filomena Mónica. É natural. Mónica parece irremediavelmente fascinada por cores claras. Como as dela. E de muitos meninos da saudosa Oxford, aliás. Embora também tenha dito que o Sócrates “não estava mal, vendo só do ponto de vista da estética”. Bom, se formos a ver, o António Barreto não é propriamente um nórdico “do ponto de vista da estética”. Portanto, tudo faz sentido.

 

De qualquer forma sinto gratidão para com Maria Filomena. Por várias coisas. Em primeiro lugar por me ter lembrado de uma coisa muito importante. O Zé Povinho do Bordalo Pinheiro. “O povo português gosta do Zé Povinho”, disse. Caraças, pois é! Fiquei totalmente parada porque petrificada sob o peso desta verdade inamovível. Numa frase, nesta frase, Maria Filomena quase conta a história de Portugal. Agradeço-lhe. E também porque explicou porque não vota. Também sentia exatamente o mesmo. Até que votei nas últimas eleições. Mudei de ideias. Mas o que ela diz é exatamente assim. No mais, MFM continua a ser um bocado malcriada. Tanto que chega ao ponto de, a espaços, parecer ou ser uma tonta.   

 

Pois dói ver a cara do Passos Coelho. “As Doce” tinham uma canção chamada “Dói dói”. Não sei se isso teve alguma coisa de premonitório. Pode não ter nada a ver, de facto. Eu é que já estou com pensamentos esquivos e procuro por isso descobrir a causa das coisas em veículos próprios das energias, da astrologia e das adivinhações. Por outro lado, não sei exatamente a razão pela qual o espetáculo das manicures, a que PC (Passos Coelho, não o partido) foi assistir terá a ver com “As Doce”. Mas palpita-me que, naquela cabeça, tudo.

 

Ver a cara de Passos Coelho dói mesmo. Não estou de acordo com a Clara Ferreira Alves quando diz que ele não é burro. Não? Pelo amor de Deus! O homem mandou os professores desempregados procurar emprego em Angola. Sim mandou. Foi mesmo assim. E só no fim desta conversa é que disse que estava em conversações com o governo angolano para arranjar uns programas de cooperação para o efeito. No dia seguinte, informou pela televisão que o governo tinha muito trabalho para fazer e que não podia perder tempo com manobras de diversão sobre assuntos menores, como o eram as notícias sobre Angola e os professores sem emprego em Portugal. Um tipo inteligente, trataria de fazer os programas e procuraria aliciar as pessoas. No fim, mostrava a coisa com cara de coisa boa. Talvez até ganhasse muitos simpatizantes. Assim, só a falar, arranjou o que se sabe. Igualmente, sobre os números do desemprego disse ao morto-vivo do Seguro que não ia agora discutir o assunto porque o governo não trabalha segundo a agenda mediática. E mais disse, no mesmo encontro na Assembleia da República, que o desemprego ia descer no segundo semestre MAS QUE SE NÃO DESCESSE O GOVERNO VERIA NA ALTURA OS AJUSTAMENTOS QUE FOSSEM NECESSÁRIOS. Ou seja, este homem só não é um refinado burro porque, entre outras coisas, os portugueses votantes são desatentos, mal informados e gostam do Zé Povinho.

 

RETARDADOS PÚBLICOS


Tita

26.10.11

 

Estou convencida de que os técnicos superiores da Administração Pública portuguesa são todos uns retardados. Os seus postos de trabalho são ocupados por demérito. Nestes termos, por razões de caridade, portanto. Os matemáticos, os juristas, os biólogos, os economistas, os gestores, os informáticos, os… todos os licenciados que trabalham no e para o Estado estão lá porque foram contratados por pena.

 

Sabe-se que esta gente tem a qualidade de não ser capaz de fazer nada que preste dentro da sua área de formação. São especialistas em potência sem potencial para o trabalho especializado. No mercado de emprego, estas pessoas são facilmente detetadas pelo sector privado. Fazem-lhes entrevistas, tiram-lhes a pinta e vão deixá-las à porta do sector público. Porque, numa palavra, dão prejuízo.

 

Em troca do emprego mal pago, mas demasiado bem pago, apenas se pede à generalidade dos trabalhadores públicos que basicamente “metam areia na engrenagem” e “empurrem com a barriga”. Assim tudo fica certo e bem justificado. Tem pois toda a lógica cortar nos salários e impedir novas admissões. É que o Estado pode o que pode. E agora quase não pode. Dado o défice e o Memorando de Entendimento.

 

Com o anúncio da proposta do Orçamento do Estado para 2012 ficámos a saber que os referidos parasitas vão ficar sem subsídio de Natal e de Férias até 2013. Entretanto há uma verba no orçamento destinada a estudos para o desenvolvimento e solução dos problemas económicos e financeiros do país ou isso. Estes estudos vão ser feitos por matemáticos, juristas, biólogos, economistas, gestores, informáticos… por licenciados que não trabalham para o Estado. A verba é de 100 milhões de euros. Muito mais do que os valores que o Governo não pode pagar a título dos referidos subsídios.

 

Se os técnicos superiores do público não fossem os imbecis que são não era preciso gastar este dinheiro. Os estudos ou isso eram feitos por eles e ficavam de graça.

 

O contexto é de grave austeridade. É preciso cortar nas “gorduras do Estado”. É necessário despedir todos os técnicos superiores da Administração Pública. Este Governo diz-se sério. Espera-se esta séria medida.

 

Resta lembrar que o próprio Governo é o órgão máximo da Administração Pública. E que, assim, todos os seus membros são licenciados que tecnicamente trabalham no sector público. Logo, os titulares das pastas governativas e respetivos assessores devem ser despedidos também. Porque, recorde-se, são retardados e imbecis rejeitados pelo sector privado e que assumem funções públicas porque o Estado tem pena.

 

No mais, se o PS não votar contra este Orçamento, um dia destes António José é capaz de deixar de se sentir seguro.  

MAS O QUE É ISTO?


Tita

05.09.11

 

Pedro Marques Lopes. Que seca! No “Eixo o Mal”. Quase nunca falta. Ao contrário da Clara Ferreira Alves cuja falta se nota muito quando falta. Também acho que ela falta demais. Só falta mencionar o Daniel Oliveira e o Luís Pedro Nunes. E assim fica completo o grupo de “paineleiros” do programa em causa.

 

Gosto muito. Nunca ali é dito nada de novo. Não há notícia. Porque também não é um programa de notícias. Mas de comentários. Creio que a ideia é comentar criticamente as coisas da actualidade com conhecimento, inteligência e humor de vez em quando mordaz.

 

Se eu não disser que é por causa da Clara Ferreira Alves que vejo o show, minto. Domínio da realidade, pertinência e inteligência na análise, e a demonstração bem medida de um enorme desdém pela mediocridade que nos faz rir são algumas das qualidades que ela exibe. Eu deixo-me levar com imenso prazer. Em resumo, se ela um dia deixar de aparecer eu nunca mais vejo aquilo.

 

O Luís Pedro Nunes tem imensas dificuldades na expressão oral. Parece que está sempre em luta para descobrir a palavra certa que queria dizer, respira muito mal e faz sons esquisitos.Com isto tudo sucede-lhe muitas vezes não ser capaz de concluir uma ideia. Porém, gosto dele. Gosto nele de tudo isto que disse. Até porque me diverte. Embora às vezes seja chato. Mas é humano. E mais, por outro lado, acontece que, de vez em quando, este homem faz observações acertadíssimas e revela ainda, noutras ocasiões, que tem de facto moral.  

 

Também gosto do Daniel Oliveira. Raramente me faz rir, é certo. Mas sabe perfeitamente o que diz. Muitas vezes me acontece ficar completamente esclarecida. Ainda ontem foi ele quem informou que o Guilherme Silva do PSD tem “duas caras”. Ou seja, quando está na Madeira participa no tradicional folclore de Alberto João com empenho análogo ao do próprio. E quando está em Lisboa mostra a outra face. Aquela mais consentânea com aquilo que todos nós muito justamente pensamos de grande parte dos actos do líder do Governo daquela região autónoma. Fiquei naturalmente chocada.

 

Já o Pedro Marques Lopes, que estava a dizer que Guilherme Silva era um ótimo deputado continuou no mesmo registo e ainda acrescentou que a “culpa era dos madeirenses”. Sim é uma observação sem nexo e sobretudo desvaliosa. E Pedro Marques Lopes quando não está a fazer este tipo de observações desvaliosas, está a dizer banalidades. Mas banalidades no âmbito de uma espécie de jogo que anda a jogar sozinho. Um jogo onde estupidamente tem as cartas viradas para fora mas finge imaginar que ninguém repara. Vai para ali como se fosse falar muito mal do PSD e acaba invariavelmente a dizer o melhor. É sempre isto. Nunca muda. Gosta desta aparência de verticalidade, imparcialidade, e outras coisas acabadas em “ade” de que não me lembro agora, só me ocorrendo, não sei porquê, obesidade. Além de que fala sempre num detestável tom de superioridade. E como se tudo isto não bastasse, interrompe toda a gente, excedendo largamente o tempo que lhe está destinado. Normalmente faz cair gravemente a qualidade do programa por causa disto. Mas o que é isto?

FORA OS HOMENS COM GRAVATA


Tita

18.07.11

 

Uma pessoa está uns dias de férias. E a primeira coisa que lhe acontece é regressar a Lisboa. Se mora em Lisboa. Está claro. Resolvi voltar quando ainda falta uma semana para regressar ao trabalho. É melhor assim. Ando por aqui sem obrigações enquanto me vou habituando à ideia do que é inevitável. Talvez vá mais uns dias à praia. Aproveitarei também para me deitar o mais tarde possível. Só porque os horários de trabalho são contra o meu relógio biológico e eu preciso de andar bem comigo. Pelo menos de vez em quando. O nosso day in day out só nos contraria. Sempre a fazer o que não queremos no ritmo que não desejamos. Muitas vezes me pergunto se não serei uma bela egocêntrica. Já várias pessoas me deram o toque. Agora estava a olhar para o parágrafo anterior e pensei que talvez sim. Eu. Eu. Eu. Não sei. Talvez. Talvez não. Talvez um bocadinho. Talvez um bocadinho como todos nós. O estilo deste blogue não me deixa sair deste registo. Do que eu acho das coisas. Das minhas. Das dos demais. Estamos todos linkados. Por uma razão ou por outra. Eu falo do que eu acho. E quando me meto ao barulho, não me faço melhor do que ninguém. Porque não acredito nisso. Em pessoas melhores do que outras ou as outras. É tão óbvio isto. Não é? Não há pessoas melhores. Há gente que se acha melhor nas atitudes que adopta para o mundo. Ou seja, pessoal que anda a representar a sua superioridade. Depois lá por dentro sabe Deus. Obviamente. Queria dizer que sou uma mulher de Fé. Acredito em Deus, sim senhora. Também sou católica, calha bem. Já li a Biblia quase toda. Assim como quem lê um romance. É verdade. Descobri imensas coisas interessantes. Por exemplo, a maior parte das máximas que usamos quotidianamente assim de um modo meio distraído estão quase todas escritas no Velho Testamento. Por exemplo: "olho por olho, dentre por dente". O Novo também tem várias. Foi Cristo quem disse para não dar "pérolas a porcos". Se fizesse agora um esforço de memória ia lembrar-me de uma dezena delas. Ah! Tenho aqui mais uma: "vender-se por um prato de lentilhas". É do Velho e tem a ver com a exploração de uma situação de fraqueza alheia. Por um prato de lentilhas, um tipo em estado de necessidade cedeu a parte da sua herança ao irmão. Foi este quem se aproveitou da fragilidade do primeiro. No meio de tudo isto o que não consigo mesmo é ir á missa. Pouca coisa que ali é dita e feita me faz sentido. E odeio a parte em que temos que nos saudar em "nome de Cristo". Talvez seja um bocadinho autista, não gostando assim de ser tocada. Especialmente por estranhos. Se for um beijo no meu pai ou na minha mãe, também me incomoda. Lá em casa nunca fomos muito de beijos. Porém, gosto muito das coisas que o Padre Tolentino Mendonça diz. Sei delas a ler. Nunca falei com ele. Ora, isto... enfim... também nos leva de volta a Cristas. Diz que é o seu mentor ou qualquer coisa do género. Está na entrevista que deu à Unica do Expresso. Tinha pensado não voltar a dizer nada sobre Assunção Cristas. É que não me irrita assim tanto. Embora, por acaso, logo que a vi e ouvi com alguma atenção, lembrei-me imediatamente de algumas coisas da escola primária. Mais concretamente das meninas que estavam sempre ao pé da professora. Assim, escrevi um post sobre ela e raspei-lhe num anterior. Mas não me apetecia acrescentar. Encerrar Cristas e pronto. Era o que me apetecia. No entanto, lá veio ela outra vez. Agora lembrou-se de acabar com as gravatas dos homens lá do Ministério. Diz que é para poupar no ar condicionado. Não resisto então a sublinhar mais uma medida extraordinária deste executivo. Eventualmente a mais extraordinária de todas. Na mesma linha de anteriores ideias para poupar nas despesas do Estado. De facto, já tinhamos visto a cena das viagens em turística e qualquer coisa que tem a ver com os carros oficiais. Vimos. Porém, o que sentimos não se consubstancia em qualquer medida política mas no recurso a um instrumento muito comum para resolver problemas quando o tempo é curto, a preparação é duvidosa e os projectos não estão em execução: uma taxa especial de imposto. Desta vez sobre o subsídio de Natal. Como diz o Ricardo Costa, no Expresso desta semana, viagem como quiserem, vistam-se como bem entenderem, usem lá os carros... mas por favor apresentem medidas políticas como deve ser. Tem razão. Não tem? Sobre o assunto, resta-me dizer que não sabia que as mulheres do Ministério da Agricultura usavam gravata. Isto é muito importante. Quantas mulheres são? Mais do que os homens? Em numero equiparado? Eu nunca usei uma gravata em toda a minha vida. Cristas usa gravata? Eu ligo o ar condicionado. Apesar de não usar gravata. Cristas não usa gravata mas não liga o ar? Os tipos também não vão meter mais casacos? Mesmo em camisa, deixam de ter calor? Vai-se poupar o quê? Isto lá é forma de entrar num Ministério? Toda a gente sabe que o marido de Cristas e os filhos foram andar de bicicleta para a Praça do Comércio no primeiro dia de trabalho da mulher? Foi para que ela os visse da janela do gabinete. Isto não é ridículo? Mas o homem não tem mais nada que fazer, por exemplo? Para mim Cristas acabou. Penso que é melhor não perder mais um minuto com ela. Consta que é muito trabalhadora. Que trabalhe, se faz favor! Por fim, nunca mais são as eleições na Alemanha. Isto é uma chatice. A Europa ainda se afunda antes disso, caraças! A Ângela não tem estatura. Vale a pena dar o exemplo desta mulher. Uma mediocre. Porque podia ser um homem mediocre. Estas tragédias são perfeitamente normais. Mediocres no poder em contextos chave. Sejam homens ou mulheres. Por isto estou de acordo com a Maria de Belém. É preciso quotas para as mulheres em cargos políticos. Se forem mediocres não são mais nem menos que os homens mediocres que os ocupam. Sarkozy é um bom exemplo. Portanto, a mediocridade é uma caracteristica comum aos dois géneros. Não há razão para se insistir na discriminação. Agora podia falar um bocadinho de mim. Mas não vale a pena. Vou mas é rezar e pedir a Deus que me ajude a tentar ser melhor todos os dias. Sinto esta obrigação.

 

 

A FÉ DE CRISTAS


Tita

03.07.11

 
 

Vá-se lá saber porquê, o Expresso destacou Assunção Cristas na Única desta semana. Do princípio ao fim da grande entrevista, eis o que mais me prendeu:

 

“Os meus pais diziam que eu sabia gerir muito bem o meu lugar, encostava-me às mais velhas quando dava jeito e aos mais novos quando era conveniente.”

 

“Depois soube-se quem eram os ministros e o Tiago [marido] foi dizendo ao ouvido de cada um: a mãe vai ser ministra. Eles ficaram todos satisfeitos.”

 

“Mas para eles a mãe é o máximo, ser ministra é a coisa mais natural do mundo.”

 

“Vou à missa, comungo, digo aos meus filhos que a coisa mais importante para fazer ao domingo é ir à missa e que tudo o resto vem a seguir.”

 

“Íamos [Cristas com seus pais] ao meio-dia aos Jerónimos e eram umas missas muito, muito, muito chatas. Tínhamos de aguentar uma hora, direitinhas, e eu ia supercontrariada. Mas hoje olho para trás e acho que foi muito formativo.”

 

“Rezo todos os dias com os miúdos, e depois rezo sozinha e agradeço a Deus aquilo que tenho.”

 

“Ser católico é antes de mais aprender a dizer sim muitas vezes.”

 

“A passagem da Bíblia em que Maria diz sim ao anjo sem saber bem ao que vai é uma coisa que os católicos aprendem desde pequeninos.”

 

“Eu procuro interiorizar isso. No referendo ao aborto quando me dizem que é preciso participar na campanha do não… a minha primeira predisposição… é dizer que sim.”

 

“Acabei por responder ao Paulo Portas [quando foi convidada para entrar para o CDS] que… não sabia se ia gostar, se tinha jeito, mas que aceitava entrar à experiência (…). Era. Entrava como estagiária e logo via”.

 

“As pessoas gostam de ver pessoas diferentes, e ser mulher na política ainda é ser diferente.”

 

Valha-me Deus!

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