VOLTAR ONDE SE FOI FELIZ
Tita
19.01.24
Ainda me encontro a “engolir o chapéu”. Quando sai da ACSS, há um ano e meio, fui a pensar que, talvez, pudesse não voltar.
Fui estudar e praticar matérias novas para adquirir novos “insights”. Achei que acabaria por me distanciar de vez da minha “casa de partida”. Um pensamento alicerçado na máxima incompreensível de que “ninguém deve regressar onde foi feliz”. Um perfeito disparate que guia o pensamento e o comportamento da maioria das pessoas.
Mas, ao contrário do que me aconteceu logo com a ACSS, não me apaixonei pelo lugar para onde fui. Não me apaixonei por nada. Só pela Ana Bravo. Grande ser humano. Grande amiga. Bem-haja sempre, minha querida Ana.
Mas, como “nunca devemos voltar onde fomos felizes”, imagine-se, estava decidido que “nem pensar voltar à ACSS”.
Concorri, então, à JurisApp. Correu bem. E já só faltava formalizar quando me foi feito o convite para ser Diretora Executiva da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL). Aceitei. Não podia fazer outra coisa. Fui sem nunca “desmanchar a mala”. Podia ficar dez anos, dez dias ou dez horas.
Mas, nem que sejam dez segundos, é para dar tudo. Assim, dei tudo o que sabia e podia. No fim, fiquei com mais do que levei. Estou uma pessoa muito mais musculada.
Resta-me dizer que me apaixonei pela FBAUL e pelas suas pessoas. E que ainda estou, como estarei. É assim quando as coisas valem por si.
De volta à ACSS, espanto-me a sentir coisas que sinceramente não esperava. Casa. Passo nos corredores de dentro e de fora. As cores, os materiais, o desenho dos interiores e dos exteriores. Conheço tudo. Os cheiros. Lembro-me de tudo. E as pessoas. Os rostos das pessoas conhecidas, várias delas amigas. É tudo tão confortável.
Por fim, mas não para o fim, o Gabinete Jurídico. Estou de volta ao Gabinete Jurídico e ao trabalho com o professor. Bons tempos que retornam. E tudo parece absolutamente certo.
Acho que, aqui chegada, no fim deste texto, o chapéu está totalmente digerido.
Estou muito grata.