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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

OS MAUS ATORES


Tita

21.11.19

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Os bons atores sentem como os seus personagens.  E, com isto, “apagam” generosamente a sua individualidade aos nossos olhos. Representar é, pois, sobretudo sentir. É verdade que coloco sempre um dos pés um bocadinho atrás do que fica à frente quando estaco. Porque me indigno com a corriqueiríssima falta de autenticidade que se vive fora dos palcos. Nestas circunstâncias, em que se observa gente a representar muito mal, posso dar de mim, mas não me entrego,  o que me contraria, constrange e desilude.

 

AQUILO QUE SOMOS CAPAZES DE DIZER


Tita

05.01.18

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Quem tem medo de Virginia Woolf

 

É verdade que os nossos dias são mais ou menos uns iguais aos outros. Todos os dias nos acontecem mais ou menos as mesmas coisas com pequenas variações sem significado. As rotinas matinais dentro de casa. O mesmo caminho de ida e volta. O mesmo posto de trabalho. As mesmas pessoas. E com isto podia dizer-se que a nossa vida não é interessante.

 

Porém, não é assim porque a vida é sobretudo emocional e mental e também temperamental. Apesar de os percursos e os contextos serem os mesmos, é verdade que há sempre novidades em cada dia. Anote-se a este propósito que, por exemplo, numa peça de teatro, os cenários pouco ou nada mudam, assim como as pessoas, e tantas coisas acontecem. Há uma dinâmica imposta pelo texto que faz mover os personagens. Portanto, tudo depende dos textos. De facto, os nossos dias mudam em função daquilo que somos capazes de dizer.

 

TEATRO


Tita

13.01.16

Na sexta-feira passada fui ao teatro ali da Rua da Escola Politécnica para ver uma peça chamada Quarteto escrita por um autor alemão e representada por Ivo Canelas e Crista Alfaiate.

 

O espetáculo Quarteto, de Heiner Müller, é inspirado na obra Les liaisons dangereuses, traduzido para o português como “As ligações perigosas”, de Pierre Choderlos de Laclos. Em cena, dois atores interpretam os quatro personagens principais da trama, num jogo cênico onde as trocas vão desvelando os jogos de sedução e poder

 

Detestei. O texto era cheio de emaranhados mentais a arranjar explicações para estados emocionais mirabolantes. Tudo tinha a ver com as Ligações perigosas mas em péssimo. Por várias vezes tentei seguir as palavras nas frases para ir em busca do seu significado. Ficava sempre a meio do percurso. Pensei que era burra. Até que, já depois, perguntei a outrem se conseguiu. Também não. Senti um certo alívio. Primeiramente tinha achado que só eu é que não gostara por, no mínimo, não ter capacidade de concentração. De qualquer modo, devia ter logo desconfiado que não era assim porque ao meu lado dormiam.

 

O que há a assinalar nesta peça é que havia imensa gente à espera de desistências. O teatro estava tão cheio que foi preciso ficarmos no chão em cima de uma almofadinha que nos providenciaram para o efeito. Nós e um casal com alguma idade de ar saudável.

 

Entretanto, vem lá de cima um tipo incomodar (incomodar-me): “Dá-me licença, por favor?”. Ele queria ir falar com o elemento masculino do tal casal. “O senhor foi meu professor. Eu estou sentado numa cadeira. Ofereço-lhe o meu lugar para não ficar aí no chão”. E o mais velho “Muito obrigado. Não estou a ver, não. Falamos no fim”. O outro insistia “O senhor professor deu-me aulas no mestrado de qualquer coisa do ambiente na universidade que eu não percebi do Porto. Eu dou-lhe o meu lugar”. Resposta: “Falamos no fim, falamos no fim”. E o chato retirou-se.

 

Não sei o que pensar desta cena. Há quem diga que foi uma delicadeza do rapaz. Eu, antes pelo contrário, não acho.

 

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