TOCA A REUNIR
Cat2007
30.10.16
As reuniões propriamente ditas, nacionais ou internacionais, enervam-me um bocado. Em primeiro lugar, parece que são espécies degeneradas de clubes privados. Quem vai à reunião e quem não vai à reunião. Isto pode dizer muito ou mesmo tudo sobre o estatuto de uma pessoa dentro de um determinado contexto profissional. Assim, e em primeiro lugar, sucede muito conceberem-se reuniões só para tal efeito.
Depois, e por outro lado, estar numa reunião é uma grande oportunidade de expressar opiniões pessoais sobre o que está bem, o que está mal e o que há a fazer. Um momento inestimável de apresentação, representação e projecção. Uma necessidade vital na era do anonimato, da falta de consideração e da ambição individual e individualista.
No fim de cada reunião marca-se outra para o mais breve possível. Só pelo tempo suficiente para concretizar pequenas coisas que servem para alavancar a próxima. Nunca para terminar um projecto rapidamente. Ainda que seja possível.
É a subsistência de problemas ditos mais globais ou de estrutura que justifica a continuidade das reuniões. Nestas circunstâncias, trabalhar equivale mais ou menos a um “toca a reunir” que efectivamente não deixa uma pessoa fazer nada.
Claramente detesto viagens tendo em vista reuniões internacionais nos casos em que é viável a videoconferência. E são muitos. Definitivamente abomino a espécie de reuniões que decorrem nos termos que descrevi. E são muitas.